Catálogos do Museu Afro Brasil destacam presença dos negros nas artes brasileiras

12 de dezembro de 2013
O Museu Afro Brasil lança, no dia 19 de dezembro, às 19h, os catálogos das exposições “Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão” e “João e Arthur Timótheo da Costa – Os Dois Irmãos Pré-modernistas Brasileiros”, que destacam a grande presença dos negros nas artes brasileiras – e, no caso dos irmãos Timótheo, antecipando características da pintura modernista. Com o lançamento dos catálogos, o Museu Afro Brasil cumpre a missão de preservar a memória de suas exposições e perenizar os debates promovidos em seus espaços.
 

“Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão”
 
A exposição apresentou mais de 70 objetos de ofícios urbanos e rurais - muitos deles usados em fazendas e engenhos de açúcar -, compondo um conjunto que realça as contribuições dos negros para a ciência e a tecnologia no Brasil. 
 
No espaço central do museu, o visitante conferiu moendas de açúcar, prensas de folha de tabaco, mesas de lapidação, moendas de milho, forjas de ferreiro, plainas de marceneiros, entre outros objetos que remetem aos séculos XVIII e XIX. 
 
“A negação do passado científico e tecnológico dos povos africanos e a exacerbação do seu caráter lúdico são algumas das principais façanhas do eurocentrismo, abalando fortemente, ainda hoje, a autoestima da população africana e da diáspora”, avaliou o diretor-curador Emanoel Araujo, na apresentação do catálogo.
 
“Desde o século XVIII, os escravos que predominaram na região de Minas Gerais, no auge da produção de ouro, eram originários da Costa da Mina, na África, onde os conhecimentos de mineração e metalurgia do ouro eram altamente desenvolvidos”, acrescentou Araujo.


 
“João e Arthur Timótheo da Costa – Os Dois Irmãos Pré-modernistas Brasileiros”,
 
Nascidos no Rio de Janeiro, no final do século XIX, em uma família numerosa e pobre, os irmãos Arthur Timótheo da Costa (1882-1922) e João Timótheo da Costa (1879-1932) participaram de diversas exposições nacionais e internacionais, marcando a pintura brasileira com obras que revelam competência e beleza. 
 
"Em ambos se percebe o nascimento de uma pintura vigorosa, densa, texturada, nervosamente grafada com liberdade e exuberância colorista. Se a morte não tivesse ceifado tão prematuramente suas vidas, eles, por certo, seriam os primeiros artistas modernos do Brasil", defendeu o curador Emanoel Araujo. 
 
Arthur e João iniciaram seus estudos na Casa da Moeda, como aprendizes de desenho de moedas e selos. Em 1894, ingressaram na Escola Nacional de Belas Artes. Para o crítico José Roberto Teixeira Leite, João Timótheo se destacou especialmente nos nus masculinos, mas também nos retratos de modo geral, com um desenho sensível e colorido. Por sua vez, atribui-se a Arthur Timótheo uma tendência pré-modernista nas obras da maturidade, as quais, para Teixeira Leite, se aproximam do "Expressionismo ao fazer um colorido dramático, de um desenho quase taquigráfico e de uma caligrafia pictórica nervosa e encrespada". 
 
Irmanados na carreira artística, ambos ultrapassaram os duros desafios de negros e mulatos no início do século XX, mas compartilharam igualmente um triste final: ambos faleceram no Hospital de Alienados, no Rio de Janeiro. 
 


Lançamento dos catálogos:
“Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão” 
“João e Arthur Timótheo da Costa – Os Dois Irmãos Pré-modernistas Brasileiros”
19 de dezembro, às 19h

Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n
Parque Ibirapuera - Portão 10
São Paulo / SP - Brasil - 04094 050
Fone: 55 11 3320 8900
http://www.museuafrobrasil.org.br/

 



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