Carolina e suas imagens de sonhos

25 de julho de 2014



Emanoel Araujo


Carolina é uma artista da jovem geração de plásticos de São Paulo, e sua obra ainda em construção já mostra uma perspectiva e um longo caminho definidos, pela força de um imaginário único e muito singular.

Imagens de sonhos ou imagens reais estão ambas inclusas no mesmo discurso poético construído pela realidade mágica das transformações e das destruições, não como pesadelos, mas em planos que se movem, se elevam e se transformam num armar de sólidos à procura do espaço para se armar novamente.

E novamente armado vai ainda se transformar em meios aos meios tons dos cinzas das profundezas,  dos vermelhos do fogo, da escuridão infinita  dos negros, e de outras cores que, por acaso, surjam nesse turbilhão de imagens freneticamente construídas e reconstruídas.

E como incluir sua personalidade artística e sua obra nas definições extravagantes das contemporaneidades? Seria ela uma realista, como sugerem os efeitos das suas obras? Ou seria uma mix-mídia, que se prevalece da fotografia para estampar os desafios das imagens produzidas pelo seu cortante olhar?

Seja como for, de uma ou de outra forma, há aqui uma consistência, um desejo profundo da procura da criação de um imaginário, pelo qual sua obra se realiza e se torna visualmente nova, com uma percepção dramática. De uma fantasia traduzida aos gritos de uma nova existência humana sucumbida das cinzas, dos destroços, dos buracos e finalmente do abismo sem o horizonte daqui e dali. Na tentativa de um novo amanhecer em que todos embarquem na escuridão profunda das diferenças e das desigualdades sem as angústias, as quais, de certa maneira, atordoam a humanidade. 

Esta exposição é uma denúncia politica de um mundo prestes a explodir, mesmo assim há ainda fé e um possível horizonte.  

 


"Horizonte Daqui"
Abertura em 2 de agosto, às 13h.
Encerramento: 20 de agosto.


 



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O Museu está aberto o ano todo, com exceção das seguintes datas:

  • 24 e 25 de dezembro
  • 31 de dezembro
  • 1º de janeiro