Escultura Oxóssi, de Carybé, passa a fazer a parte do acervo do Museu Afro Brasil

22 de janeiro de 2015
O Museu Afro Brasil, Instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo (SEC), comemora a aquisição da escultura Oxóssi, do artista plástico Carybé (1911-97). A aquisição foi realizada pela SEC para o acervo da instituição. A obra ficará exposta aos visitantes a partir do dia 25 de janeiro, dentro da programação especial pelo aniversário de 461 anos da cidade de São Paulo.

Argentino de nascimento e baiano de coração, Carybé é criador de uma extensa obra, formada por pinturas, aquarelas, e esculturas em madeira, terracota e concreto armado. Seus trabalhos figuram em espaços públicos dos estados da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, e na cidade de Miami, nos Estados Unidos. Ele ilustrou também a obra de grandes escritores, como os amigos Jorge Amado e o Nobel Gabriel García Márquez.

A escultura Oxóssi pertencia ao acervo da família de Carybé, em Salvador. Realizada na técnica de entalhe em madeira, a obra representa o orixá da caça, das matas. “A obra define não apenas aspectos históricos, mas também representa iconograficamente esse deus caçador em todos seus atributos”, afirma Emanoel Araujo, diretor curatorial do Museu Afro Brasil. Essa é uma das importantes esculturas de Carybé, realizada na década final de sua vida.

Carybé dizia "acreditar em Oxóssi". Sua imersão na cultura afro-brasileira foi tão grande que ele foi um dos obás de Casa de Xangô, do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, um dos mais importantes de Salvador. Obá de Xangô é um título honorífico do terreiro, instituído em 1937 por Mãe Aninha (1869-1938), fundadora do Ilê Axé Opô Afonjá.

Na obra de Carybé dedicada aos diversos aspectos da religião matriz africana destaca-se também o Grande Mural dos Orixás, no qual ele interpreta a presença dos deuses africanos na Bahia, com suas vestimentas, seus emblemas, suas ferramentas, e seus animais de devoção. “Carybé foi o grande intérprete da vida afro-brasileira na Bahia. Foi o mais fiel tradutor da vida, da religião e dos costumes do povo baiano, e com a sua enorme perspicácia nada fugiu do seu olhar. Essa escultura enriquece muito o acervo da instituição”, afirma Emanoel Araujo. 

Foto: Sérgio Benutti
Legenda: Carybé, Oxóssi, Salvador – 1990, Escultura em madeira e couro

 



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O Museu está aberto o ano todo, com exceção das seguintes datas:

  • 24 e 25 de dezembro
  • 31 de dezembro
  • 1º de janeiro