Exposição ocorre paralelamente no MASP e no Instituto Tomie Ohtake a partir do dia 29 de junho

O Museu Afro Brasil formalizou nesta semana o empréstimo de 20 obras pertencentes ao acervo da Associação Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura, para a mostra coletiva “Histórias Afro-Atlânticas”, que ocorrerá, simultaneamente, no MASP e no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, a partir do próximo dia 29 de junho.

Nas palavras do diretor-curador do Museu Afro Brasil, Emanoel Araujo, o fato da instituição ser uma referência museológica para além das fronteiras do país quando o assunto são os universos culturais africanos e afro-brasileiros, com destaque as influências africanas na construção da sociedade nacional, a participação do museu em exposições que enfatizam o recorte étnico é natural. “Por sermos uma instituição de referência em ações museais, unindo história, memória, arte e contemporaneidade voltadas, prioritariamente, à cultura brasileira, africana e afro-brasileira, ficamos felizes em, mais uma vez, podermos contribuir para que histórias silenciadas ao longo de séculos possam ser reveladas”.

Entre as obras emprestadas para a mostra Histórias afro-atlânticas  estão esculturas e pinturas produzidas por povos iorubás, além de trabalhos de artistas de países como Camarões, Nigéria, Haiti e Brasil.

A escultura Barca dos Exus, produzida com madeira, fibra vegetal e metal, do artista recifense José Alves, do Recife, é um dos 20 trabalhos emprestados para a exposição.

Instituição pública subordinada à Secretaria da Cultura do Estado, o Museu Afro Brasil conserva um acervo com aproximadamente 7 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje.

A exposição coletiva Histórias afro-atlânticas é um desdobramento da exposição Histórias mestiças, realizada em 2014, no Instituto Tomie Ohtake, por Adriano Pedrosa e Lilia Schwarcz, que também assinam a curadoria desta nova mostra, junto com Ayrson Heráclito e Hélio Menezes, curadores convidados, e Tomás Toledo, curador assistente. 

O Museu Afro Brasil completa 14 anos em 2018.

HISTÓRICO

Esta não é a primeira vez que uma instituição de artes solicita o empréstimo de obras junto ao Museu Afro Brasil, muito pelo contrário. Nos últimos dez anos mais de 20 exposições realizadas no Brasil e em outros países contaram com trabalhos do acervo do museu.

Entre essas exposições destacam-se as mostras “Elos da Lusofonia”, realizada em 2010, no Museu de História Nacional; “África Ancestral e Contemporânea (2011)”, no Centro Cultural Hélio Oitica; “Mostra Comemorativa dos 60 anos da  Bienal de São Paulo (2013)”, na Fundação Bienal de São Paulo; “Histórias da Infância (2016)”, no MASP; “O Impressionismo e o Brasil (2016)”, no MAM/SP.

Recentemente, 37 obras do acervo do Museu Afro Brasil, da Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura e da coleção particular do diretor-curador do museu, Emanoel Araujo, foram destaques na exposição “Coffee from Helvécia”, realizada no Johann Jacobs Museum, em Zurique, na Suíça.