Germano Celant

01 de maio de 2020

Tempos terríveis esses que vão ceifando pessoas e pessoas, daqui e do outro lado do mundo. Acabo de receber a notícia do falecimento do crítico e curador italiano Germano Celant, era ao mesmo tempo grande critico e grande curador.

Conhecemo-nos aqui no Brasil, quando da preparação de uma exposição sobre o país no Museu Guggenheim, em Nova York. Por aqui andamos pelas cidades de Ouro Preto, Salvador e Maceió; aquelas conversas culminaram – para todos os envolvidos – na exposição Brasil de Corpo e Alma (Brazil Body &  Soul). Ela fazia parte da visão messiânica de Edmar Cid Ferreira com o projeto dos 500 anos do Brasil.

O grande curador dessa enorme exposição foi o querido Germano Celant, assim como Edward J. Sullivan, Julian Zugazagoitia, Nelson Aguilar, Marin Marino e eu, Emanoel Araújo.

Numa segunda passagem de Germano por São Paulo, tive o prazer de recebê-lo para um jantar na minha casa. Ele estava junto da esposa e de filhinho recém-nascido, Argentum. Foi nesse momento que Celant me convidou para ser o curador de uma exposição sobre os santos negros, em um Museu de Veneza.

Conto tudo isso para dizer do meu enorme sentimento pela morte de Celant. Sua partida foi justamente pela doença que abateu o planeta, a Covid-19, e que vem ceifando muita gente importante para a cultura nos quatro cantos do mundo. Irremediavelmente, também se vão grande parte dos amigos, dos voltados para a criação e para a arte, aqueles a que creditamos ser a salvação das nossas incertezas e angustias, aqueles artista que fazem a arte, e por fazerem-na são os seres mais próximo de Deus.

A Covid-19 nos deixa abalados, ela nos entristece com lembranças de amigos e pessoas queridas que partiram. Mas isso também aumenta nosso desejo e esperança para que chegue logo o seu fim.

Emanoel Araujo
Diretor-curador do Museu Afro Brasil

 



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O Museu está aberto o ano todo, com exceção das seguintes datas:

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