“Enquanto houver um descendente africano nessa situação de pobreza, de miséria e de opressão eu me sinto atingido, pois o racismo não é uma coisa pessoal, e sim coletiva. Essa situação, nos Estados Unidos, na África ou em qualquer parte do mundo me preocupa e me angustia da mesma forma como se fosse no Brasil.”

Em entrevista à Sandra Almada em Abdias Nascimento, pp.16.

“Se o Brasil tivesse o mínimo de consciência histórica, já teriam sido tomadas medidas para apressar esse intercambio de vivência entre pretos e brancos num outro nível, numa outra perspectiva, com mais justiça, melhor distribuição de renda e com relações humanas viáveis e realmente de acordo com os princípios que tanto se apregoa. Já falo da questão da injustiça fazendo menção inclusive ao espírito cristão. Por isso mesmo eu deixei de ser cristão há muito tempo.” 

Em entrevista à Sandra Almada em Abdias Nascimento, pp. 132.

“Vaja só, eu acabava de ser contratado como professor visitante. Fiz também exposições e comecei a expor a experiência do teatro negro como instrumento de luta contra o racismo e afirmações de valores da cultura africana no Brasil. Lá eu participei, durante um ano, de um seminário que se chamava “A humanidade em revolta”. Compareceram muitas pessoas importantes. E sempre com um tradutor, porque até hoje eu não falo inglês, mesmo sendo casado com uma americana. Eu não quero ser colonizado duas vezes. Já basta o português. Sempre tive intérprete. Enquanto eu estava na Wesleyan, tomei parte dos levantes estudantes da Harvard, fiz piquetes que eles levaram até a presidência da universidade para impedir que a universidade continuasse a financiar coisas lá na África do Sul, para ajudar o apertheid.”

Semog e Nascimento, 2006. Pp228

Abdias em depoimento a Éle Semog. 


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