Pintor, gravador, desenhista, ilustrador, artistas gráfico. Vindo de uma família de migrantes da Bahia para o interior de São Paulo, mostrou desde muito cedo a propensão para a arte. Quando Jovem, Otávio Araújo foi residir na capital paulista, onde estudou pintura no Instituto Profissional Masculino (ou Escola Profissional Masculina) do Brás. Essa escola teve ainda outros expoentes no mundo das artes tais como Flávio-Shiró Tanaka (1928) e M. Grassmann (1925-2013), entre outros artistas que deixariam sua marca na história das artes plásticas brasileiras. Otávio Araújo frequentou cursos tanto de Edmundo Francisco Nicodemo Migliaccio (1903-1983), quanto do italiano José Barchitta, entre os anos de 1939 e 1943. Em 1946, o artista realizou uma exposição de desenhos no Instituto dos Arquitetos do Rio de Janeiro juntamente com seu colega Marcelo Grassman e Luis Sacilotto (1924-2003). Em 1947, a crítica de arte Maria Eugênio Franco idealizou uma mostra que foi organizada por Rosa Rosenthal Zuccolotto - essa exposição ficou conhecida como 19 pintores e ocorreu na Galeria Prestes Maia, em São Paulo. Além de Otávio Araújo, nomes como Almir Mavigner, Flávio-Shiró, Mário Gruber, entre outros, abrilhantaram a exposição dando o primeiro grande impulso ao jovem pintor Otávio Araújo. Contudo, foi somente depois da década de 1950 que o Araújo se projetou individualmente ao ser laureado com um prêmio de viagem que o levou à China, em 1957. De 1960 a 1968, residiu na União Soviética, onde absorveu o clima do surrealismo eslavo em voga entre os artistas dissidentes. Trabalhando a lápis grafite ou a óleo, suas composições são povoadas por alegorias que remetem à Antiguidade e às suas memórias de infância cujas imagens se justapõem a um universo de situações oníricas. Tal universo, segundo o próprio artista, constitui-se de situações vivenciadas, objetos observados e obras admiradas.