Isabel Mendes da Cunha

(Vale do Jequitinhonha/MG, 1924)

Introduziu no fazer artístico popular do Vale do Jequitinhonha no início dos anos de 1970 a temática agrícola e sertaneja (bois e cavaleiros) e fauna (especialmente a representação de pássaros) e a temática religiosa figurada a partir de presépios. Sua técnica de cerâmica incluía já desde essa época o engobo, isto é, o revestimento com pigmentação de produtos naturais, principalmente a tabatinga que é um pigmento mineral branco. A demanda por peças de utilidade doméstica a levou a produzir peças de barro como cinzeiros e peças culinárias tais como jogos para feijoada. Foi após ficar viúva que começou a produzir em Santana no final da década de 1970 as representações pelas quais ficaria famosa, as figurações em cerâmica de cenas familiares e as noivas e noivos. Como aquelas primeiras peças tinham o objetivo de serem utilizadas como moringa, as cabeças das peças eram móveis e serviam de tampa. Posteriormente as transformou em esculturas e passaram a ser apreciadas e valorizadas do ponto de vista estritamente estético. Isabel tem transmitido para seus familiares a técnica e tanto seus filhos Amadeu Mendes, Maria Madalena e Glória quanto seu genro João Pereira de Andrade (1952) e mais recentemente sua neta Andréa Pereira de Andrade (1981).